Produtos que deveriam virar farinha para a produção de ração, eram vendidos de forma irregular para consumo humano
Dois empresários foram presos por suspeita de comércio ilegal de restos animais na cidade de Guarapari. A ação foi realizada na sexta-feira (14), pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). Duas empresas foram interditadas.
Segundo a Polícia Civil, foram apreendidas 17 toneladas de carne. Esses produtos deveriam ser encaminhados corretamente para empresas que produzem farinha para fazer ração animal, mas estavam sendo destinados para consumo humano.
“Eles não tinham autorização para pegar esse material para armazenar e a suspeita é que eles estavam fazendo a destinação para mercado clandestino. Tanto em frigoríficos ou para outros órgãos em matéria-prima para embutidos”, disse o delegado.
A mesma empresa já havia sido alvo de ação conjunta em abril de 2022, por armazenar e vender resíduos de abates. Na ocasião, foram apreendidas cerca de 50 toneladas de produtos de origem animal.
As investigações apontam que a empresa, após fechada na época, tentou atuar no estado do Rio de Janeiro, mas foi fechada em 2023, e retornou às atividades ilícitas no Espírito Santo em 2024, atuando da mesma maneira.
A empresa, então, foi interditada pela terceira vez, e determinada a destruição do material.
“Nós identificamos a participação desse empresário como mentor do esquema. Como ele sabia de tudo que funcionava, ele chamou outro empresário para abrir no nome desse segundo, vendia e o outro administrava. Ele tentou retomar com o crime”, disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, diante dos fatos, em uma reunião com o Ministério Público, foi entendida a necessidade de interdição dos dois estabelecimentos. “Tanto da empresa do empresário, como a empresa onde estava o material”.
Outra empresa também foi interditada em Cariacica
Neste mês, outra empresa, desta vez em Cariacica, também foi interditada pela terceira vez com 800 quilos de carne irregular. O mesmo espaço foi interditado de novembro do ano passado a abril deste ano por ser identificada contaminação em amostras.
Conforme a Polícia Civil, os estabelecimentos que fornecem os subprodutos estão cometendo crime contra relação de consumo e associação criminosa.
Da empresa de Guarapari, os dois empresários estão presos temporariamente. De acordo com a polícia, a dupla não quis se manifestar. Se condenados pelos crimes, podem ficar mais de cinco anos na prisão.
A Polícia Civil informou que os dois suspeitos foram presos em cumprimento de mandado de prisão e encaminhado ao presídio.